terça-feira, 4 de novembro de 2014

SINODO DOS BISPOS I A FAMÍLIA ESTÁ MORRENDO


EM QUE ESTOU PENSANDO

SÍNODO DA FAMÍLIA


Hoje é dia de finados, dia propenso e propício à meditação.
Como homenagem ao meu pai e minha mãe, que formaram uma só carne e assim a mantiveram até que as morte os separou, gerando na sua longa caminhada quatro filhos, sendo que duas meninas morreram pouco tempo após o nascimento, quero tornar público alguns conhecimentos  que adquiri em mais de quarenta anos julgando processos de casamentos que não deram certo e no dia a dia em contato permanente com a minha família e comunidades religiosas.
 
Quero, especificamente, que os problemas relativos a casamento, tanto no religioso, quanto no civil, sejam pelo menos lidos pelos bispos que participam do Sínodo dos Bispos, em Roma, não para que os sigam, mas para que os ajude a refletir e a tomar decisões que libertem milhares de homens e milhões de mulheres, em todo o mundo católico,  que vivem marginalizados nas comunidades religiosas, com sérias consequências sobre os filhos. 
Criou-se um ambiente, se não hostil, pelo menos, separatista nas comunidades paroquiais, onde os chamados "casados recasados", mesmo vivendo como irmãos (tanquam frater et soror), não podem comungar abertamente para não desencadear uma série de escândalos dos que não têm pecado algum, embora digam: Senhor eu não sou digno... Nem os padres conseguiram conjugar direito, com os fiéis, o verbo o verbo escandalizar, que é reflexivo, tanto que se diz: houve quem se escandalizasse e quem não se escandalizasse. 
 
PRIMEIRA REFLEXÃO, que o Papa Francisco e a maioria dos Bispos bem entendem, porque tiveram pais muito semelhantes:
 
1-      A VIDA DOS PAIS DE FAMÍLIA, AUTÊNTICOS (casados ou não) É PROPORCIONALMENTE MAIS DURA QUE A DOS PADRES, BISPOS E DEMAIS RELIGIOSOS CELIBATÁRIOS.

Deixar pai e mãe para seguir Cristo parece duro mas não é tanto assim, porque dificilmente alguém não encontrará onde reclinar a cabeça e dormir sem o choro das crianças, o cuidado dos adolescentes, a preocupação com os filhos adultos  . Como as raposas sempre encontram um cantinho com uma cama, comida, roupas... e pagamento das contas ao fim do mês. Se  o vocacionado se torna “um outro Cristo”, não falta quem o “adote”. Embora poucos sejam heróis, muitos conseguem ser santos por superar todo o comodismo que lhes é oferecido.
Missão fundamental à sobrevivência humana ordenada e pacífica.

Também conheço a  outra parte da vida, na vida de meus pais. Meu pai e minha mãe, como tantos outros, passaram noites e noites acordados cuidando dos filhos; suarem dia e noite na lavoura, muitas vezes com o sol a pino, para que não faltasse nada em casa; vestiram mal para que os filhos parecessem bem aos outros; tiraram o pão da boca para dar aos filhos. Meu pai, quando nem mais com dinheiro havia pão para comprar, por causa da guerra, chegou a despedir-se de sua mãe, morta no caixão, para embarcar para o Brasil a fim de nos proporcionar mais conforto e estudos e, logo que pode, trouxe-nos a todos para junto dele. Aqui, levantando-se às quatro da manhã, ia para o trabalho no centro da cidade enlatado em ônibus sem ar condicionado ou dependurado nos trens da Leopoldina, tralhando o dia todo em pé, e regressando a casa bem tarde da noite. Conseguiu dar aos filhos os estudos que ele mesmo não teve. Inseparável da família até que a morte o separou. Não ouso chamar meu pai e minha mãe de “santos”, mas jamais deixarei de os chamar de “meus heróis” ...porque tudo cavaram com o suor de seu rosto...” crescendo em sabedoria e multiplicando-se” como Deus lhes ordenara.
            Dos meus pais aprendi:
                 - nem sempre se vive como se quer mas como se pode;
                 - fácil falar bem dos outros, mas bem mais fácil é falar mal;
                   - cada um meta-se na sua vida.
            Missão fundamental e indispensável à sobrevivência da humanidade.
          
Próxima reflexão: HÁ PECADOS MAIS GRAVES E MAIS CONSTANTES QUE OS SEXUAIS.

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